sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


Barriga de Aluguel - Capítulo 3

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Uma carta na manga:

Os resultados finalmente saíram. Lua era saudável e estava pronta para fazer o que tinha que fazer. Ela preparava sua mala em casa, moraria com Carla e Arthur durante a gestação, naquele dia, eles iriam até a clinica para que Lua fizesse a inseminação.  
  
- Mas, filha, trabalhar como doméstica na capital? Qual é a diferença?  
- Mamãe, eles vão me pagar o dobro! Vou mandar o dinheiro pelo correio.  

Apenas Sophia sabia o que Lua estava indo fazer na capital. Acabou de arrumar sua pequena mala, despediu-se da mãe e saiu de casa. Sophia estava a esperando, a levaria de carro até lá. Quando chegaram, Sophia suspirou.  
- Tem certeza de que quer fazer isso, Lu?  
- Tenho. Eu te ligo mandando noticias, e fica de olho na minha mãe, por favor.  
- Vou ficar. – Lua se despediu de Sophia e saiu do carro. Sentiu o sol bater em seu rosto e logo Carla estava saindo para ajudar Lua com a mala. Elas entraram, e logo Carla tratou de acomodá-la.  
  
Foram logo para a clinica e se encontraram com Arthur lá. O médico explicava a Lua como a inseminação seria feita. Lua estremeceu enquanto ele explicava o procedimento. Uma agulha? Levando os espermas de Arthur? Lua morria de medo de agulhas. Queria sair correndo daquela sala.  
- E tem algum problema eu ser...Bem, eu ser virgem? – Lua perguntou corando. Estavam apenas ela e Carla na sala, Arthur esperava do lado de fora.  
- De jeito nenhum, mas pode ser um pouco mais dolorido. – Lua assentiu um pouco assustada. – Bom, temos que fazer alguns testes antes e então podemos fazer.  
  
Houve um problema, Lua era alérgica a um dos medicamentos usados para poder fazer a inseminação. Carla sabia que haviam grandes chances de dar errado, como o doutor havia lhe explicado. Lua se desculpou dizendo inúmeras vezes o quanto sentia... Mas Carla possuía uma carta na manga, não desistiria assim tão fácil de Lua.

 - O QUE? Não... m-mas esse não foi o combinado! – Lua gritava ao ouvir a proposta que Carla lhe fizera.  
- Lua, não será nada demais, é profissional! – Carla se defendeu. Lua chegara a ficar vermelha de raiva e vergonha com que ela a pedira.  
- Acho que está me confundindo, senhora! EU.NÃO.SOU.UMA.PROSTITUTA! – Lua pegou a mala que estava no sofá e saiu batendo a porta. Não poderia aceitar uma coisa daquelas. Ela caminhou até a rodoviária e ligou para Sophia, perguntando se ela poderia buscá-la. Depois de uma hora, Sophia chegou a rodoviária.  
  
- Ela te pediu que transasse com o marido dela? – Sophia perguntou, embasbacada. Lua apenas assentiu com a cabeça. – Meu Deus, Lua, isso é um absurdo, essa mulher é completamente descontrolada! E o que o... O marido dela disse?  
- Não sei, ele estava trabalhando. Quando ela falou eu saí praticamente correndo de lá. Soph, isso é loucura, eu não posso...Não posso fazer isso!  
- Vou morrer e não vou ver tudo, juro.  
  
Uma hora depois, Sophia deixou Lua em casa. Lua pegou sua mala, despediu-se de Sophia e entrou em casa. Chamou por Blanca, mas não houve resposta. O pequeno casebre estava revirado... Os móveis jogados, copos quebrados. Uma onda de pavor tomou conta de Lua ao não ouvir respostas de sua mãe. Ela finalmente ouviu um ruído baixo vindo do pequeno quarto onde sua mãe passava a maior parte do tempo.  
- Mãe! – Blanca estava caída ao lado da cama, com o rosto sangrando. Lua abaixou-se ao seu lado. – Mamãe, o que houve? – ela perguntou entre lágrimas.  
- Seu pai, ele bebeu e...  
- Ah, mãe. Me desculpe por ter te deixado sozinha! – Lua a colocou na cama e ligou para Sophia.

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