Jovem e saudável:
Lua havia ligado para a casa dos Aguiar e falado com Carla, que pediu para que Lua fosse ao seu encontro. Passou-lhe o endereço e a explicou como chegar.
- A onde você está indo Lua? – Blanca perguntou ao ver a filha arrumada. Lua nunca se arrumava, estava sempre com um jeans desbotado, os cabelos presos de qualquer maneira. Mas ela teria que estar apresentável para a família. Vestiu uma saia comprida branca com uma renda na barra que Sophia havia lhe dado e uma blusinha de alças finas rosa. Calçou um par de sandálias baixas e prendeu seus longos cabelos negros em um rabo de cavalo por causa do calor.
- Salvar as nossas vidas. Volto a noite, não se preocupe comigo. – Lua depositou um beijo na cabeça de sua mãe – O dinheiro de ontem está na caixinha no meu quarto, pegue antes que papai veja e compre algo para a senhora comer... Se cuida mãe, eu volto logo.
Lua saiu de casa e pegou o ônibus que sairia para a capital. Estava com medo de tudo aquilo, nem ao menos sabia se daria certo. Já havia escutado falar em barrigas de aluguel, se fazia a inseminação e pronto. Só esperar nove meses. Sabia que aquilo era loucura, mas estava desesperada, ela precisava cuidar bem de sua mãe, queria sair daquele casebre e comprar um apartamento na capital para as duas... E mesmo contudo, ajudar seu pai a sair daquela situação. Lua tinha um coração de ouro.
Carla estava impaciente caminhando de um lado para o outro enquanto esperava que a garota que havia ligado aparecesse. Ela havia arrumado toda a casa, deixando tudo no lugar para que Lua se sentisse a vontade. Arthur estava sentado no sofá com a cara fechada. A campainha tocou.
- É ela! – Carla pulou. E correu para a porta. Quando abriu, deu de cara com Lua. estava certa de que Lua seria perfeita mesmo sem conhecê-la bem. Era uma garota bonita, aparentemente saudável e muito jovem.
- Carla? – Lua perguntou.
- Sim, sim, querida, entre. – Carla deu passagem para que ela entrasse. Lua ficou parada mirando a grande casa. O hall era enorme, espiou um pedaço da sala, em tons pastéis e moveis claros. Olhou para Carla com seus cabelos loiros caindo sobre os ombros, seus olhos azuis e algumas ruguinhas pequenas, quase invisíveis que se formavam no canto da boca. – Venha, vou lhe apresentar para o meu marido.
Elas foram até a sala. Arthur estava de pé com os braços cruzados no peito. Sua primeira reação foi fechar ainda mais a cara, não estava de acordo com aquilo
-Thu, essa é a Lua. Lua, esse é o meu marido. – Lua corou ao ver a cara de desprezo que ele lhe lançava. Será que ele não a achara boa o suficiente? Ela pensou.
- Olá, muito prazer. – Ela falou quase em um sussurro. Não houve resposta da parte dele.
- Sente-se, querida. Deseja algo para beber?
- Não, obrigada, eu estou bem.
- Então vamos ao que interessa. Arthur, sente-se. – Arthur se sentou na poltrona ao lado do sofá grande que as duas estavam.
Lua se acomodou no sofá, apertando os dedos dos pés contra as sandálias. Ela poderia estar razoavelmente confortável se não fosse pelo o olhar duro de Arthur a encarando o tempo todo. Ele estava praticamente deitado na poltrona com uma mão passando sob a barba por fazer e batendo os dedos contra o tecido florido da poltrona com a outra.
- E então, Lua. Você parece ser realmente jovem... Quantos anos você tem? – Carla perguntou a Lua
- Er, dezenove. – Lua sibilou entre os dentes.
- Oh! Isso é perfeito, Lua! Não é Thu? – Arthur acenou de leve com a cabeça.
- E então? Eu li algo sobre isso, é feito por inseminação no laboratório, não é?
- Na verdade... – Carla começou a falar.
- É! É assim mesmo, Lua. Não é Carlinha? – lançou-lhe um olhar duro. Carla concordou com a cabeça um pouco sem jeito.
Após algum tempo de conversa. Carla passou as instruções a Lua, a que horas ela deveria estar lá novamente para que pudessem a levar para fazer alguns exames na manhã seguinte.
- Por que você disse aquilo, Arthur! Você sabe que é melhor que você...
- Chega! Eu não quero mais escutar isso. Vou ligar para o Doutor Otávio e dizer que reconsideramos a inseminação na garota. Não há mais nada a ser discutido.
Apesar de ter sido contrariada, Carla estava esperançosa, pois Lua era bastante jovem e se Deus quisesse muito saudável. Então, tudo daria certo, e ela finalmente poderia realizar o sonho e a obsessão em ser mãe.
Lua acordou cedo, tomou um banho e pegou mais um ônibus até a capital. Faria os exames para finalmente ir para a parte principal de tudo aquilo. Ainda estavam discutindo sobre o preço, que seria alto, o bastante para ajudar sua família, para manter sua mãe bem e ajudar seu pai. Ela chegou na grande na grande casa do casal e tocou a campainha uma vez, quem abriu foi Arthur, já com a chave do carro na mão.
- Bom dia. – ela disse sem jeito.
- Bom dia. Carla teve um imprevisto na empresa e precisou ir até lá. Eu vou levá-la para fazer os exames. – ele disse frio e ríspido. Lua se incomodava com isso, que culpa ela tinha, afinal? Era ele quem estava no jornal pedindo por um garota jovem e saudável para gerar um filho dele. Ela apenas concordou com a cabeça e o acompanhou até o carro. Ele abriu a porta para que ela entrasse. Estavam em silencio absoluto dentro do carro.
- Se importa se eu ligar o rádio? – ele perguntou.
- Não. – Lua murmurou. Ele ligou o rádio em uma estação qualquer e foram apenas ouvindo a música o caminho inteiro.
Chegaram a clínica e foram direto para a ginecologista de Carla que atenderia Lua. Lua passou por uma série de exames, sangue, urina, ecografias, HIV... Tudo para ter certeza de que estava em perfeitas condições para gerar o herdeiro da família Aguiar. Arthur a acompanhou em silencio em todos os exames. Ele se sentou na cadeira do consultório enquanto Lua passava para uma sala ao lado divida apenas por uma cortina para realizar o exame de toque.
- Ah, você é virgem, Lua! – a doutora exclamou. Lua corou e acenou com a cabeça. Arthur corara também ao ouvir. Pigarreou ao vê-las voltando para o consultório.
- Então, os resultados ficam prontos em torno de duas horas. Mas pelo que pude ver você está ótima, Lua. Vamos esperar pelos resultados.
- Claro, enquanto isso nós podemos ir comer alguma coisa. O que acha? – Arthur perguntou ainda sério.
- Claro, por mim tudo bem.
Lua e Arthur foram ao restaurante ao lado da clinica. Estavam em silencio durante o almoço, quando Arthur resolveu quebrá-lo.
- Olha, me desculpe por estar sendo tão rude o tempo todo. – ele falou pensativo. Lua apenas acenou de leve com a cabeça. – É só que... Eu não concordo muito com isso, entende? Não que eu não queira ser pai, eu quero. Mas acho isso exagero demais. Eu não me importaria em adotar, mas Carla faz questão de ter um filho que seja meu pelo menos, e ela já está me deixando louco.
Lua apenas olhava sem jeito, via o sofrimento nas palavra de Arthur. Carla tinha jeito de realmente ser difícil, ainda mais com aquela ansiedade por ser mãe. O celular de Arthur tocou, Lua voltou a comer enquanto ele falava.
- Era minha irmã, preciso pegar meu sobrinho na escola. Quer vir junto?
- Claro, tudo bem – ela disse um tanto desconcertada. Arthur pagou a conta e os dois saíram. Dentro do carro, Arthur abria e fechava a boca procurando as palavras certas para perguntar algo a Lua.
- Mas, e você... Por que está fazendo isso? Você é só uma garota, poderia estar fazendo tantas coisas...
- Tenho meus motivos. – foi tudo o que ela conseguiu dizer. Ele assentiu com a cabeça.
- Chegamos. Eu já volto.
Lua o observou sair do carro. Ele estava vestido em um par de jeans escuros, e uma camisa social branca. Ele se agachou e abriu os braços. Um pequeno garotinho de cabelos castanhos pulou em seus braços. Arthur o colocou no banco de trás e passou o cinto por ele.
- Onde está a tia Carlinha? – o garotinho perguntou olhando para a garota de cabelos negros em sua frente
- Está trabalhando. Esta é Lua, amiga da tia Carla. E esse é meu sobrinho, Miguel.
- A onde você está indo Lua? – Blanca perguntou ao ver a filha arrumada. Lua nunca se arrumava, estava sempre com um jeans desbotado, os cabelos presos de qualquer maneira. Mas ela teria que estar apresentável para a família. Vestiu uma saia comprida branca com uma renda na barra que Sophia havia lhe dado e uma blusinha de alças finas rosa. Calçou um par de sandálias baixas e prendeu seus longos cabelos negros em um rabo de cavalo por causa do calor.
- Salvar as nossas vidas. Volto a noite, não se preocupe comigo. – Lua depositou um beijo na cabeça de sua mãe – O dinheiro de ontem está na caixinha no meu quarto, pegue antes que papai veja e compre algo para a senhora comer... Se cuida mãe, eu volto logo.
Lua saiu de casa e pegou o ônibus que sairia para a capital. Estava com medo de tudo aquilo, nem ao menos sabia se daria certo. Já havia escutado falar em barrigas de aluguel, se fazia a inseminação e pronto. Só esperar nove meses. Sabia que aquilo era loucura, mas estava desesperada, ela precisava cuidar bem de sua mãe, queria sair daquele casebre e comprar um apartamento na capital para as duas... E mesmo contudo, ajudar seu pai a sair daquela situação. Lua tinha um coração de ouro.
Carla estava impaciente caminhando de um lado para o outro enquanto esperava que a garota que havia ligado aparecesse. Ela havia arrumado toda a casa, deixando tudo no lugar para que Lua se sentisse a vontade. Arthur estava sentado no sofá com a cara fechada. A campainha tocou.
- É ela! – Carla pulou. E correu para a porta. Quando abriu, deu de cara com Lua. estava certa de que Lua seria perfeita mesmo sem conhecê-la bem. Era uma garota bonita, aparentemente saudável e muito jovem.
- Carla? – Lua perguntou.
- Sim, sim, querida, entre. – Carla deu passagem para que ela entrasse. Lua ficou parada mirando a grande casa. O hall era enorme, espiou um pedaço da sala, em tons pastéis e moveis claros. Olhou para Carla com seus cabelos loiros caindo sobre os ombros, seus olhos azuis e algumas ruguinhas pequenas, quase invisíveis que se formavam no canto da boca. – Venha, vou lhe apresentar para o meu marido.
Elas foram até a sala. Arthur estava de pé com os braços cruzados no peito. Sua primeira reação foi fechar ainda mais a cara, não estava de acordo com aquilo
-Thu, essa é a Lua. Lua, esse é o meu marido. – Lua corou ao ver a cara de desprezo que ele lhe lançava. Será que ele não a achara boa o suficiente? Ela pensou.
- Olá, muito prazer. – Ela falou quase em um sussurro. Não houve resposta da parte dele.
- Sente-se, querida. Deseja algo para beber?
- Não, obrigada, eu estou bem.
- Então vamos ao que interessa. Arthur, sente-se. – Arthur se sentou na poltrona ao lado do sofá grande que as duas estavam.
Lua se acomodou no sofá, apertando os dedos dos pés contra as sandálias. Ela poderia estar razoavelmente confortável se não fosse pelo o olhar duro de Arthur a encarando o tempo todo. Ele estava praticamente deitado na poltrona com uma mão passando sob a barba por fazer e batendo os dedos contra o tecido florido da poltrona com a outra.
- E então, Lua. Você parece ser realmente jovem... Quantos anos você tem? – Carla perguntou a Lua
- Er, dezenove. – Lua sibilou entre os dentes.
- Oh! Isso é perfeito, Lua! Não é Thu? – Arthur acenou de leve com a cabeça.
- E então? Eu li algo sobre isso, é feito por inseminação no laboratório, não é?
- Na verdade... – Carla começou a falar.
- É! É assim mesmo, Lua. Não é Carlinha? – lançou-lhe um olhar duro. Carla concordou com a cabeça um pouco sem jeito.
Após algum tempo de conversa. Carla passou as instruções a Lua, a que horas ela deveria estar lá novamente para que pudessem a levar para fazer alguns exames na manhã seguinte.
- Por que você disse aquilo, Arthur! Você sabe que é melhor que você...
- Chega! Eu não quero mais escutar isso. Vou ligar para o Doutor Otávio e dizer que reconsideramos a inseminação na garota. Não há mais nada a ser discutido.
Apesar de ter sido contrariada, Carla estava esperançosa, pois Lua era bastante jovem e se Deus quisesse muito saudável. Então, tudo daria certo, e ela finalmente poderia realizar o sonho e a obsessão em ser mãe.
Lua acordou cedo, tomou um banho e pegou mais um ônibus até a capital. Faria os exames para finalmente ir para a parte principal de tudo aquilo. Ainda estavam discutindo sobre o preço, que seria alto, o bastante para ajudar sua família, para manter sua mãe bem e ajudar seu pai. Ela chegou na grande na grande casa do casal e tocou a campainha uma vez, quem abriu foi Arthur, já com a chave do carro na mão.
- Bom dia. – ela disse sem jeito.
- Bom dia. Carla teve um imprevisto na empresa e precisou ir até lá. Eu vou levá-la para fazer os exames. – ele disse frio e ríspido. Lua se incomodava com isso, que culpa ela tinha, afinal? Era ele quem estava no jornal pedindo por um garota jovem e saudável para gerar um filho dele. Ela apenas concordou com a cabeça e o acompanhou até o carro. Ele abriu a porta para que ela entrasse. Estavam em silencio absoluto dentro do carro.
- Se importa se eu ligar o rádio? – ele perguntou.
- Não. – Lua murmurou. Ele ligou o rádio em uma estação qualquer e foram apenas ouvindo a música o caminho inteiro.
Chegaram a clínica e foram direto para a ginecologista de Carla que atenderia Lua. Lua passou por uma série de exames, sangue, urina, ecografias, HIV... Tudo para ter certeza de que estava em perfeitas condições para gerar o herdeiro da família Aguiar. Arthur a acompanhou em silencio em todos os exames. Ele se sentou na cadeira do consultório enquanto Lua passava para uma sala ao lado divida apenas por uma cortina para realizar o exame de toque.
- Ah, você é virgem, Lua! – a doutora exclamou. Lua corou e acenou com a cabeça. Arthur corara também ao ouvir. Pigarreou ao vê-las voltando para o consultório.
- Então, os resultados ficam prontos em torno de duas horas. Mas pelo que pude ver você está ótima, Lua. Vamos esperar pelos resultados.
- Claro, enquanto isso nós podemos ir comer alguma coisa. O que acha? – Arthur perguntou ainda sério.
- Claro, por mim tudo bem.
Lua e Arthur foram ao restaurante ao lado da clinica. Estavam em silencio durante o almoço, quando Arthur resolveu quebrá-lo.
- Olha, me desculpe por estar sendo tão rude o tempo todo. – ele falou pensativo. Lua apenas acenou de leve com a cabeça. – É só que... Eu não concordo muito com isso, entende? Não que eu não queira ser pai, eu quero. Mas acho isso exagero demais. Eu não me importaria em adotar, mas Carla faz questão de ter um filho que seja meu pelo menos, e ela já está me deixando louco.
Lua apenas olhava sem jeito, via o sofrimento nas palavra de Arthur. Carla tinha jeito de realmente ser difícil, ainda mais com aquela ansiedade por ser mãe. O celular de Arthur tocou, Lua voltou a comer enquanto ele falava.
- Era minha irmã, preciso pegar meu sobrinho na escola. Quer vir junto?
- Claro, tudo bem – ela disse um tanto desconcertada. Arthur pagou a conta e os dois saíram. Dentro do carro, Arthur abria e fechava a boca procurando as palavras certas para perguntar algo a Lua.
- Mas, e você... Por que está fazendo isso? Você é só uma garota, poderia estar fazendo tantas coisas...
- Tenho meus motivos. – foi tudo o que ela conseguiu dizer. Ele assentiu com a cabeça.
- Chegamos. Eu já volto.
Lua o observou sair do carro. Ele estava vestido em um par de jeans escuros, e uma camisa social branca. Ele se agachou e abriu os braços. Um pequeno garotinho de cabelos castanhos pulou em seus braços. Arthur o colocou no banco de trás e passou o cinto por ele.
- Onde está a tia Carlinha? – o garotinho perguntou olhando para a garota de cabelos negros em sua frente
- Está trabalhando. Esta é Lua, amiga da tia Carla. E esse é meu sobrinho, Miguel.
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