Capítulo 5 – E as coisas começam a esquentar em Wonderland!
Lua fala:
- E aí! - Micael exclamou, entrando pela porta de madeira da sala de Tv. Harry, Melanie e Mariana vinham atrás. - O que nós perdemos?
Olhei em volta. Eu e Thur estávamos quase sem roupa, deitados no tapete da sala, cobertos por um cobertor azul celeste e assistindo Penélope.
Hum. Nada?
- Nada demais... - Thur disse, se apoiando nos cotovelos. Fiz o mesmo e meu ombro roçou no dele. Meu coração deu um pulo. - Estávamos assistindo esse filme idiota.
- Não é idiota! - exclamei, olhando para ele, meio indignada. - Você acabou de dizer que a Penélope é bonita!
- Mesmo assim não deixa de ser idiota. - ele disse, dando de ombros.
- Idiota é você... - eu suspirei, me jogando no chão novamente.
- Meu Deus, vocês não conseguem ficar mais de dois segundos sem brigar? - Mariana perguntou, se jogando no chão ao meu lado. Os outros fizeram o mesmo, e, depois de cinco segundos, estávamos assistindo Penélope um em cima do outro, contando o caso Chay e Sophia.
- Aí nós fizemos um jantar legal pra eles... Nada melhor do que comer antes de se comer. - eu disse, e todos riram.
- Ah, que legal. Eu acho que os dois combinam! - Melanie disse, passando o braço pelo ombro de Micael.
- Também acho. - ele disse, fazendo o mesmo com ela e passando os dedos pelo seu cabelo.
Os 4 estavam no maior clima romance e eu queria estar do mesmo jeito com Thur.
Se ele não fosse tão idiota.
- Bom, acho que vamos ter que dormir aqui hoje. - Harry disse, como se fosse a pior coisa do mundo. - Sabe como é, não quero chegar no meio da pegação e falar: Opa, continuem aí e finjam que eu não estou no quarto ao lado!
- Cala boca, Judd! - Mariana exclamou, dando um tapa no ombro dele. - A Sophia não vai fazer nada com o Chay.
- É, ela não é nem um pouco como as meninas que vocês andam. - Melanie completou.
- Que meninas que nós andamos? - Micael perguntou, mas logo depois bateu com a mão na testa e continuou. - Ah, vocês querem dizer as meninas que nós já pegamos? Ah! Sim, elas são bem vadias mesmo...
- Deve ser por isso que Chay gostou da Soph. - eu disse, jogando o cabelo para trás, que pousou uma parte nas minhas costas e a outra nos ombros de Thur, que não se mexeu. - Ela não é... Vaca.
- Provavelmente. - Micael disse.
Continuamos a assistir o filme até o sono bater. Dormimos ali mesmo, um em cima do outro. Melanie deitou na barriga de Micael, Harry encostou a cabeça nos ombros de Mariana e Thur despencou no meu colo.
Eu era a única acordada e fiquei olhando para ele, no meu colo, respirando vagarosamente. Seus cabelos estavam caídos no rosto e a boca estava semi-aberta. O peito nu subia e descia no ritmo do coração, e eu me arrepiava toda vez que ele se mexia.
Eu realmente não conseguia explicar o que estava começando a sentir por ele.
Thur fala:
Acordei com uma avalanche de cabelos lisos no rosto. Pisquei os olhos algumas vezes para ver se era verdade que Lua estava desmaiada no meu peito.
Putaqueopariu, Lua estava mesmo desmaiada no meu peito!
Mexi-me em silêncio, tentando ao máximo não acordá-la. Olhei em volta e vi os outros 4 desmaiados. Lua suspirou e se virou para meu rosto, a boca rosada e os cabelos bagunçados.
Eu ainda estava pensando no que fazer quando ela abriu os olhos e piscou algumas vezes, olhando sonolenta para mim. Depois se apoiou nos cotovelos e perguntou, com a voz embolada:
- Nossa, a gente dormiu aqui?
- Parece que sim. - respondi, sorrindo para ela, que sorriu de volta.
Às vezes eu pensava que ela também poderia sentir algo por mim.
- Acordamos? - ela perguntou, apontando para os outros que roncavam. Mexi a cabeça negativamente e ela se levantou, envolvendo os braços no corpo.
- Vou pegar uma roupa mas quente. Quer uma?
- Como assim? - perguntei, imaginando um armário insano, cheio de roupas femininas e masculinas. Doideira!
- Você é exatamente do tamanho do meu irmão. - ela respondeu, esclarecendo minhas dúvidas.
- Ah... Ok, é, pode ser.
Saímos pela porta de madeira e andamos pelo extenso corredor, que também tinha o piso quente. Ela abriu outra porta, e entramos no que parecia ser o quarto do seu irmão.
- E onde está seu irmão? - eu perguntei casualmente, porque eu não sabia que ela tinha irmãos. Aliás, duvidava que alguém soubesse. Lua raramente falava da família. Eu sabia disso porque já tinha ouvido suas amigas comentarem.
- Longe. - ela respondeu, abrindo a gaveta do armário bruscamente.
- Como assim? - perguntei, sentindo uma fisgada no coração ao ver o olhar triste dela.
- Ele foi morar com meu pai na Holanda. - ela respondeu, mexendo furiosamente na gaveta do irmão. Ajoelhei-me atrás dela e coloquei as duas mãos no seu ombro. Ela permaneceu rígida, mas se acalmou, puxando uma camiseta verde clara de manga comprida da gaveta e me estendendo.
- Não precisa se preocupar. - ela disse, levantando-se, caminhando até a porta e se apoiando na batente. - Eu não vou chorar no seu ombro ou qualquer coisa do tipo. A saudades que eu tinha dele já passou...
- Eu não estava preocupado com isso. - eu disse, vestindo a camiseta e observando o olhar triste dela. Então percebi o porquê dela ser tão fechada e implicante. Sempre pensei que fosse pelo fato dela ser popular e todas essas merdas, mas não era nada disso. Provavelmente ela só estava triste demais com os problemas na família para levar a vida normalmente. E isso só fez meu coração bater mais rápido e minha respiração falhar novamente.
Era oficial. Eu estava completamente apaixonado por ela.
- Que bom. Porque eu não costumo chorar muito.
Levantei-me e fiquei de frente para ela na batente da porta. Peguei nas pontas do seu cabelo e ela fechou os olhos, inclinando a cabeça para trás. Então eu me ouvi dizendo, já no seu ouvido:
- Mas deveria. Você não pode guardar tudo para você.
Lua fala:
Levantei meu rosto e sorri para Thur, que parecia mais adulto com a camiseta.
Aquela costumava ser a camiseta preferida do meu irmão, e naquele momento, olhando para ele, eu me lembrei muito de Ryan e de como ele costumava ser brincalhão e implicante como Thur.
Eu era muito próxima ao meu irmão, mas depois que ele se mudou nós meio que... paramos de nos falar.
Mas talvez Thur fosse um lembrete do meu irmão para não levar a vida tão a sério. E de me lembrar também que ele sempre estaria, de um jeito ou de outro, olhando por mim.
E foi por isso mesmo que eu dei um soquinho no ombro de Thur e exclamei, disparando pelo corredor:
- Quem chegar por último na cozinha faz os lanches!
- Hey! - ele exclamou, correndo atrás de mim. - Roubando de novo?
Mas dessa vez ele foi mais rápido e me alcançou, me pegando no colo e descendo pela escada correndo, enquanto eu gritava que nem louca:
- Me põe no chão! Nós vamos cair!
E não deu outra. Chegando no último degrau, Thur escorregou no tapete persa e caiu sentando no chão, e eu cai por cima dele. Nossas pernas se encaixaram e eu deixei minha cabeça despencar no seu peito. Ríamos sem parar e ele ficava falando:
- Sai de cima de mim! Você vai me matar!
Quando finalmente conseguimos parar de arfar e rir, joguei meus cabelos para trás e olhei para seus olhos, que pareciam sorrir. Ele tocou a ponta do meu nariz com o dedo e desceu para meus lábios, que sorriram involuntariamente. Sem pensar muito, me inclinei para frente e nossos lábios se tocaram pela primeira vez. Mas por pouco tempo, porque logo em seguida ouvi Mariana gritar do andar de cima:
- SAI DE CIMA DE MIM, JUDD!
Afastei meus lábios de Thur e olhei para a escada. Ele beijou meu pescoço e por pouco eu não ignorei as meninas lá em cima e voltei a beijá-lo.
Veja bem, por pouco eu não fiz isso.
- VOCÊ QUE TÁ EM CIMA DE MIM, MALUCA! - Harry gritou de volta e eu pulei de cima de Thur, já subindo a escada com passos firmes.
Cheguei na sala de Tv, com Thur atrás de mim, a tempo de ver o inferno na terra.
Harry estava bagunçando os cabelos de Mariana enquanto ela gritava: “Pára com isso!” e dava tapas em qualquer lugar que alcançasse. Melanie pulava em cima de Micael que ria sem parar e na Tv o Geraldão Caminho [N/A: By Marcella.] do My Chemical Romance gritava uma de suas músicas dramáticas.
- HEY! - eu gritei, me jogando no meio de Micael e Melanie. Harry parou de encher o saco de Mariana e olhou para mim, e ela fez o mesmo. - Vamos parar com a putaria, galerinha no mal? Nós temos um Chay e uma Soph para zoar!
- Eu dirijo! - Micael exclamou, mergulhando em cima de Harry e roubando as chaves do conversível vermelho.
- Dirige o seu cu! - Harry replicou, pegando a chave de volta, deixando Micael com cara de bebê babão. Então olhou para o resto de nós e disse, girando as chaves no dedo. - Vamos?
Dois minutos depois estávamos descalços, descabelados, idiotas e exagerados, gritando no conversível de Harry enquanto ele nos levava até a casa dos meninos.
“Now dance, fucker, dance! Man, he never had a chance! And no one even knew? It was really only you?” todos gritavam – dessa vez sentados – e riam quando Mariana errava a letra da música.
Mas quem não erra as letras do Offspring?
- Chegamos. - Harry disse, freando bruscamente o carro. Virei meu rosto para o lado e meu olhar cruzou com o de Thur. Senti meu rosto queimar. Será que eu teria coragem de falar com ele depois daquele pseudo beijo? - Vamos entrar devagar e pegar eles no flagra!
- Ok, ok! - eu disse, toda animadinha. Olhei novamente para Thur, que fazia uma careta engraçada para Micael, que estava roendo as unhas. Ele lembrava muito meu irmão.
- Hey. - ouvi ele sussurrar no meu ouvido, assim que Micael tinha parado de gritar com ele sobre como ele tinha direito sobre suas unhas e como ele gostava de roê-las. - Você tá bem?
- Tô. - respondi, respirando fundo.
- Ok. - ele disse, envolvendo o braço na minha cintura no exato momento em que Melanie olhou para nós. Ela arqueou a sobrancelha e exclamou:
- Olha, será que vamos ter outro casal?
Olhei para Thur, que tirou a mão rapidamente e colocou no bolso, se explicando:
- Eu só fui pegar um negócio que caiu ali no banco, só isso...
- Ahám. - ela respondeu, mas logo sua atenção se voltou para Micael, que assoviava aquela música do Happy Three Friends e pulava na calçada que nem um gnomo.
Olhei para Thur em um sorriso aliviado e ele sorriu para mim.
Mas até quando poderíamos esconder aquilo?
E, aliás, o que era aquilo?
Thur fala:
Entramos em casa e encontramos os tênis de Chay e os chinelos de Sophia jogados no chão do hall, junto com suas blusas. Nos entreolhamos, tentando segurar as risadinhas do tipo “opa”, e continuamos, subindo as escadas.
Chegando ao quarto de Chay, encontramos a porta entreaberta e de dentro a luz solar invadia o cômodo e parte do corredor. Estávamos nos segurando para não começar a rachar o bico e acordar os pombinhos.
- Ok, quem vai primeiro? - eu sussurrei.
- Eu não quero ver o Chay boy pelado, dude... - Micael respondeu, fazendo careta.
Lua deu um beliscão nele e Melanie resmungou:
- Cala boca, Borges, Soph nunca faria isso!
- Ok bibas, se ninguém vai, eu vou! - eu disse, já sumindo pela porta.
A cama de casal estava desarrumada e dois corpos abraçados respiravam em sintonia embaixo das cobertas. E, para meu alívio, os dois estavam vestidos.
Coloquei a mão para fora do quarto e chamei os outros para entrar. Paramos em silêncio em frente a cama e nos posicionamos para fazer o que tínhamos combinado de fazer no dia anterior.
- Um, dois, um, dois, três, quatro, vai! - Harry sussurrou, batendo os dedos no criado-mudo como se fossem baquetas.
- Tonight, I'm gonna have myself, a real good time, I feel alive! - eu comecei a gritar.
- And the world, is turning inside out, yeah! And floating around, in ecstasy! - Lua cantou, mais alto que eu.
- So don't stop me now! - Melanie, Micael, Harry e Mariana cantaram, e Sophia começou a se mexer.
- Don't stop me now! - eu gritei, e ela acordou definitivamente. Levantou a cabeça e os cabelos varreram a cara de Chay, que continuava imóvel. Ele resmungou algo do tipo “bacon com ovos” e virou para o outro lado.
Sophia o cutucou com cara de assustada e continuou nos ouvindo cantar, piscando os longos cílios para nós, até que Chay finalmente levantou a cabeça, meio atordoado pelo sono. Coçou a cabeça e olhou para nós, desfocado.
- E aí, dudes! - ele disse, sorrindo para mim. Sophia olhou para Chay, depois para mim, depois para Chay de novo. Então começou a rir.
Sem parar.
Sério. Tipo, ela começou a gargalhar.
E como todos lá eram meio retardados, começamos a rir junto. Menos Chay, que ainda estava nos olhando meio desfocado. E quando finalmente paramos de rir, ele olhou para mim e perguntou, de um jeito meio bobalhão e inocente:
- O quê?
E aí nós rimos mais um pouco.
Mais tarde.
- Não acredito que elas vão nos forçar a ir em uma festa do colégio. - eu resmunguei, colocando a espada falsa de volta na bainha. - E ainda por cima à fantasia!
- Você só está reclamando porque a sua fantasia é meio boiola, dude. - Micael brincou, colocando a máscara de Zorro. - Se você fosse o Zorro e não o príncipe encantado, iria gostar, pode acreditar!
- Melhor do que o Zorro, só o Coringa! - Chay exclamou, entrando no quarto com seu terno roxo, terminando de passar batom vermelho na bochecha. Quando ele terminou, passou a língua pela boca exatamente igual ao Coringa em O Cavaleiro das Trevas, e todos nós rimos, menos Harry, que estava sentado na cama, emburrado.
- Pelo menos você não é o Barney! - ele murmurou, enfiando o rosto nas mãos. Ele estava sentando há um bom tempo na cama com um terno rosa escrito Barney na lapela, porque nós simplesmente não conseguíamos vê-lo em pé, com o rabo rosa saindo da calça, sem mijar de rir.
- É, verdade... - todos nós concordamos, segurando o riso.
- Tá, as menininhas já acabaram? Eu quero ir logo ver minha garota. - Chay nos apressou e foi atingido por vários tapinhas e cutucões.
- Vamos, meninas, a biba quer ver o pitelzinho! - eu disse, batendo no ombro de Chay. E alguns minutos depois estávamos no carro de Harry com os cabelos voando no rosto, quase chegando na escola.
Fomos direto para lá. Confesso que fiquei meio deprimido quando as meninas disseram que não iriam precisar dos nossos serviços pois iam com a mãe de Lua para a escola.
Mas tudo bem, era mesmo bom ficar só com os dudes, sem nenhuma menina chata e gostosa por perto.
Claro...
Quando chegamos na escola, nos deparamos com o ginásio de basquete completamente mudado. Do teto saíam redes de lycra verdes limão e por todo o lado víamos arranjos e balões verdes-limão. Eu nem sabia qual o motivo da festa, mas alguma coisa com verde tinha.
Ah, se tinha!
As luzes da pista de dança eram fortes e a música eletrônica fazia o chão tremer. Exatamente o que eu mais odiava no mundo.
Só não odiava mais que todas as pessoas fofocando logo que entramos no salão, falando por cima de suas vodcas com gelo como se nós não pudéssemos ouvir.
- Ouvi dizer que o produtor deles deixaram eles na mão e agora eles estão se prostituindo para as meninas. Pra ganhar algum dinheiro. - Isabella Matriz falou a uma amiga gorducha ao seu lado, que assentiu ferozmente com a cabeça.
- É, e os pais deles os expulsaram de casa, por isso que eles moram juntos. Ah, e também porque Chay e Harry são gays. - James Oliver disse, e seus amigos começaram a rir.
E depois o nosso blog que era fofoqueiro?
- Ok, acho que eu definitivamente preciso de uma vodca. - Harry declarou, assim que ouviu uma menina da oitava série dizer que tinha tara por dinossauros. Ele se virou nos calcanhares e foi rebolando seu rabo até o bar, e nós fomos atrás, rachando o bico.
Eu pedi cachaça com Fanta, – o que é muito bom e vocês deveriam experimentar algum dia desses – Harry e Chay pediram vodca com Coca e Micael pediu uma cerveja mesmo.
Quando já estávamos com nossas bebidas na mão e falávamos sobre um novo produtor que nos ligou há alguns dias, ouvimos os murmúrios começarem novamente, só que dessa vez mais intensos e mais... picantes.
- Eu ouvi dizer que elas estão pagando os meninos do McFLY para que finjam ser seus namorados, assim elas não tem que andar por aí solteiras, porque, convenhamos, é o maior mico! - Kelly Putzer disse, soltando uma risadinha abafada. Como se todos não soubessem que ela era a maior corna de todas.
É, comandar um blog de fofocas te deixava por dentro de tudo.
- É, e elas combinaram de ficarem grávidas juntas esse ano, e querem engravidar deles. Se elas não beberem hoje, provavelmente já estão grávidas! - Rachel Robinson guinchou, tomando um gole de Coca pura.
Hã... Quem estava grávida mesmo?
- Mas que porra toda é essa que estão fal... - eu comecei a dizer, mas minha boca despencou quando meus olhos pousaram nas portas de entrada.
Putaqueopariu!
Lua e suas amigas entravam e estavam simplesmente... Lindas!
E hots.
Mariana estava de colegial – ou qualquer merda do tipo – com uma saia curtíssima cinza de pregas, uma camisa de manga comprida, branca e decotada, sapatos boneca pretos de salto e uma meia branca que ia até um pouco acima do joelho. Os seus cabelos compridos e ondulados estavam presos em um rabo-de-cavalo alto e ela quase não usava maquiagem. Harry arqueou a sobrancelha e olhou para o outro lado, temendo, pelo que parecia, alguma reação precipitada.
Melanie estava de dançarina de tango, ou sei lá o nome das mulheres com rosas no cabelo e vestidos vermelhos, mas pra mim é o que ela era. Seus cabelos estavam soltos pelos ombros e uma rosa pendia em uma mecha presa. O vestido, como eu já disse, era vermelho, curto e apertado no corpo, com uma só alça do lado direito. Ela também usava uma meia fina desfiada que acabava no par de escarpins vermelhos. Micael tomou um gole da sua cerveja e limpou a boca com as costas das mãos.
Sophia estava de Batgirl, com um vestido de couro preto colado ao corpo e uma bota de combate combinando, que ia até o meio das coxas. Ela colocou um chicote preto no cinto e enfiou uma mecha dos cabelos frisados no cabeleireiro atrás da orelha, mostrando as luvas pretas de cetim que iam até os cotovelos. Chay estremeceu ao meu lado.
Mas, na minha humilde opinião, a mais bonita era Lua, sem sombra de dúvidas.
Ela estava de fada, com um vestido lilás curto, decotado e com duas fendas na saia. Duas asinhas transparentes saiam de suas costas e os cabelos caíam pelos ombros e chegavam a sua cintura modelada. Duas mechas da frente do cabelo estavam presas para trás com uma piranha de borboleta e ela usava uma sandália de salto lilás, com as belas e torneadas pernas amostra.
Eu podia sentir que nunca mais iria fechar a boca novamente.
- Dude... - foi a única coisa que eu consegui falar, antes de abrir a boca de novo.
As meninas começaram a andar em câmera lenta pelo salão e minha mão começou a formigar. Com os outros não era diferente.
Olhe, não me leve e mal. Muitas meninas no salão estavam lindas, mas nós já havíamos ficado com a maioria e... Acho que todos nós já começávamos a sentir algo a mais pelas patricinhas mais chatas do colégio.
- Fecha a boca, Thur. - Harry balbuciou, me dando um tapa no ombro, agora sem tirar os olhos dos peitos de Mariana.
- Fica na sua, Barney. - eu respondi.
Elas finalmente – para mim foram duas horas esperando – chegaram a nossa roda e sorriram, depois de analisarem nossas fantasias escolhidas, bem... por elas mesmas.
- Serviu direitinho! - Melanie exclamou, animada, olhando Micael de cima a baixo.
- Ficou uma graça! - Mariana brincou, fazendo Harry dar uma voltinha. Ele deu sem pestanejar, porque ainda estava meio grogue pelo decote da menina.
Consegui, finalmente, desviar o olhar de Lua, e pude ver a hora exata que Chay pegou o chicote de Sophia e a puxou para perto dele, que, por sua vez, sorriu envergonhada quando ele sussurrou alguma coisa no seu ouvido.
Nesse instante, os murmúrios ecoaram mais forte pelo salão, e se Chay não estivesse realmente apaixonado por Sophia, eu daria um tapa em sua cabeça e diria que ele estava acabando com a nossa reputação.
E enquanto pensava em tudo isso, Melanie, Micael, Harry e Mariana sumiram para dançar – sim, Micael e Harry dançando. Você não entendeu errado – me deixando sozinho com a menina que eu mais amava odiar e que mais odiava amar.
Ótimo.
Olhei com o canto dos olhos para seu rosto maravilhoso, e vi que ela não tirava os olhos de mim. Resolvi virar todo meu corpo para ela, mas foi em vão, porque ela continuou me olhando de um jeito esquisito.
- O quê? - perguntei, arqueando a sobrancelha. Ela sorriu docilmente e, por pouco, eu não caí em contradição e a agarrei ali mesmo.
- Você ficou... - ela começou a dizer, ainda com o sorriso adorável no rosto, mas aí mordeu os lábios como se lembrasse com quem estava falando, e continuou, um pouco áspera. - Engraçado.
- Pode falar que eu fiquei sexy, Blanco. - eu disse, dando de ombros. - Isso não vai te matar, sabia?
- Ok... - ela concordou, balançando os cabelos e piscando os olhos expressivos. Depois mordeu o lábio novamente, mas de um jeito mais provocante, e chegou bem perto de mim, sussurrando no meu ouvido: - Você ficou realmente sexy.
Olhei em volta pelos ombros dela, com os cabelos caídos no rosto, e vi que o salão inteiro ainda nos encarava.
Bom... Foda-se.
- Só não entendi uma coisa. - eu sussurrei, puxando-a pela cintura, até que seu colo encostou no meu. Ela deu um gritinho, mas logo se encostou em mim e perguntou:
- O quê? - encostou os lábios no meu ouvido e um arrepio passou pela minha coluna vertebral. Eu mordi o lábio inferior, fechei os olhos e respirei fundo.
Ela me deixava louco.
- Todos estão combinando. Barney e colegial, Zorro e dançarina da tango, Coringa e Batgirl, mas... - puxei ela pra mais perto, como se quisesse fundi-la ao meu corpo. Com uma mão ela segurou firme em minha nuca e a outra deixou cair mole ao lado do corpo. - Príncipe e fada?
- E quem foi que disse que eu quero combinar com você? - ela sussurrou, dando uma risadinha e descolando seu corpo do meu. Depois se virou e começou a andar na direção oposta a que estávamos.
Ah, aquilo não ia ficar daquele jeito!
Lua fala:
Ok, eu não consegui agüentar. Eu precisei provocar!
Talvez fosse a roupa de vadia que eu estava usando.
Vai saber...
Só sei que saí andando, com um sorriso triunfante no rosto. Sabe como é, ter o pegador do Aguiar babado por mim era até que legal.
Legal? Era ótimo!
Mas o ar de dominação que eu demonstrava sumiu um pouco depois, quando ele me pegou pelo braço e me virou para ele, colando seu corpo ao meu e roçando seu nariz na minha bochecha.
- Você não me engana. - ele disse, com os dentes cerrados, e pela primeira vez na noite, eu encarei seus olhos. - Você pode esconder o que quiser debaixo dessa máscara de indiferença, mas não me engana. Nunca me enganou.
- O que você quer dizer com nunca me enganou? - eu provoquei, passando a língua pelos lábios.
- Eu quero dizer que eu sempre te observei de longe e sempre soube o que você pensava entre os sorrisos falsos e o falso interesse na conversa dos seus amigos. - ele disse, aproximando sua boca da minha. - E, como eu tenho esse poder de ler pensamentos, eu sei, por exemplo, que agora você me quer o tanto que eu te quero.
Fechei meus olhos e me deixei levar, pela segunda vez no dia. Seu perfume me envolvia e senti a mesma vontade de beijá-lo que sentira mais cedo.
Mas como nem tudo são rosas, e quando se trata de Lua e Aguiar, tudo dá errado, senti uma mão me cutucar no ombro, no instante em que pensei que ele me beijaria ali na frente de todo mundo e acabaria de uma vez por todas com aquelas fofocas sem noção.
Virei-me para trás imediatamente, ignorando minha vontade de agarrar Thur pelos cabelos.
Tudo pela boa aparência.
- Oi! - exclamei, tentando disfarçar minha respiração ofegante. Quando levantei meus olhos dei de cara com John, que sorria falsamente e passava a mão nos cabelos dourados que caíam no rosto.
- Putaqueopariu, agora eu preciso de um banho gelado. - ouvi Thur reclamar, mas ignorei e me voltei a John.
- Fala. - disse, meio ríspida.
Mas porra! Ele tinha acabado com todo o clima!
John me olhou de cima a baixo e seus olhos brilharam pervertidos. Thur se mexeu impaciente atrás de mim.
E esse era o problema de ir feito uma vadia nas festas da escola.
- Então, sei lá, você quer dançar? - ele perguntou, passando as mãos novamente nos cabelos. Olhei para ele de cima a baixo também, e não posso mentir. Ele estava bem gato de Elvis moderno.
Mas ele tinha me atrapalhado para falar aquilo? Podia ser uma coisa mais emocionante, não podia?
- Hum, não, desculpe John. - eu disse, entortando a boca. - O meu amigo aqui quer ajuda com uma menina e eu preciso bancar a cupida! - continuei, batendo com a mão nos ombros fortes de Thur. Ele olhou para mim curioso e eu só pisquei para ele. - Então, vamos lá, Aguiar?
- Hum... Vamos? - ele respondeu, meio inseguro.
- A gente se vê por aí, John! - eu exclamei, empurrando Thur pelas portas principais do salão.
Thur fala:
- Agora você pode me explicar por que estamos congelando nossas bundas nesse frio se lá dentro temos aquecimento, comida e o que é mais importante, bebida? - eu perguntei, quando finalmenteLua parou de dar voltas pelo ginásio e se sentou em um banco de madeira no gramado verde oliva do colégio. Os cabelos de Lua à luz do luar brilhavam, e ela parecia um anjinho reluzente.
- Porque eu não suporto mais aquelas pessoas. - ela disse, dando de ombros. Depois olhou para cima e suspirou. Sentei-me ao lado dela e olhei para cima também.
- Que foi, seu afetado, resolveu me imitar? - ela brincou, me dando um tapinha no ombro. Eu dei outro e ela me deu um mais forte. Então eu olhei para ela com aquele olhar agora-você-se-ferrou e esfreguei minhas mãos. Ela percebeu o que eu ia fazer e começou a ir para o lado, mas eu já estava com as mãos na sua cintura, fazendo cócegas.
- Pára, pára! - ela começou a gritar, mas as risadas já abafavam sua voz, e eu ficava perguntando, todo inocente:
- O quê? Não tô te ouvindo!
- Pára, por favor, pára! - ela guinchou, e eu tirei minhas mãos dela, que respirou aliviada. - Sério, eu tenho asma, você não pode fazer isso!
- Asma? Você tem asma? - perguntei, achando graça da revelação. - Como uma cheerleader pode ter asma?
- Como um babaca pode ter uma banda? - ela respondeu, me olhando nos olhos e mostrando a língua para mim.
- Como eu não me aproximei de você antes? - eu perguntei, amaciando um pouco a voz. Passei a mão pelo seu rosto, não conseguindo resistir. Ela sorriu.
- Como eu não sabia que você era tão divertido? - ela disse, roçando o nariz no meu.
- Como nós nunca fizemos isso antes? - eu respondi, e antes mesmo que ela pudesse perguntar alguma coisa, mergulhei meus lábios nos dela e a beijei com vontade.
Ela enfiou suas mãos pequenas por entre minhas mechas embaraçadas e ficou brincando com o meu cabelo, enquanto eu envolvi sua cintura esculpida com minhas mãos. Quando nos cansamos de um lado, ela virou o rosto e apoiou, junto com os seus cabelos, no meu ombro. Nós nos beijamos por muito – muito mesmo – tempo. E eu posso jurar que se não tivéssemos ouvido vozes saindo pelas portas principais, continuaríamos ali para sempre.
Ai, que coisa mais gay!
6 comentários:
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